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RECUPERAÇÃO ENERGÉTICA DE RESÍDUOS: UMA FONTE ALTERNATIVA DE ENERGIA ELÉTRICA

A energia contida nos resíduos sólidos pode ser recuperada por meio de várias tecnologias. Saiba como essa forma de destinação é ambientalmente viável e adequada.


Talvez você já tenha ouvido falar no termo ‘recuperação energética’, mas você sabia que os resíduos urbanos podem ser uma fonte alternativa de energia? Já sendo uma realidade em várias localidades do mundo, a tecnologia busca transformar o resíduo sólido urbano (RSU) em energia elétrica e térmica por um processo já utilizado em muitos países.

Locais desenvolvidos como Alemanha, Estados Unidos, Japão e Suíça já utilizam esse método de reaproveitamento, visto como uma alternativa à disposição final em aterros sanitários.

Cabe ressaltar que recuperação energética não se sobrepõe à reciclagem mecânica pois, seguindo uma ordem viável e sustentável, a reciclagem deve ser priorizada para que o material volte ao ciclo produtivo da economia circular.

Confira todas as definições desse tema importantíssimo para o meio ambiente:

O que é recuperação energética de resíduos sólidos?

A recuperação energética é um método para tratar resíduos e transformá-los em energia. De modo geral, é o termo utilizado para indicar quais são os métodos e processos que possibilitam recuperar parte da energia contida nos resíduos sólidos. Algumas tecnologias como incineração, gaseificação, pirólise, coprocessamento em fornos de clínquer e digestão anaeróbia são alternativas sustentáveis para os geradores.

O processo de recuperação energética consiste em aproveitar o alto poder calorífico contido nos resíduos transformando-os em algum tipo de energia.


Legenda da imagem: No Brasil, ainda boa parte dos resíduos gerados não passa por tratamento. Recuperação energética é uma das soluções.

 

Por dentro da lei

Recuperação energética é o termo correto?

Recuperação energética é o termo correto a ser utilizado quando se trata de aproveitamento energético de resíduos sólidos urbanos. Isso está baseado na norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) NBR 16849:2020 publicada em 10/02/2020 com o título: Resíduos sólidos urbanos para fins energéticos – Requisitos.

A Associação Brasileira da Indústria do Plástico – ABIPLAST participou da elaboração de tal norma, visto que há uma crescente preocupação da sociedade com relação às questões ambientais e ao desenvolvimento sustentável. A criação da norma sustenta a confiabilidade das práticas de recuperação energética a partir do aproveitamento energético de resíduos sólidos urbanos e garante que haja utilização de forma segura e sustentável.

Antes disso, foi publicada no Diário Oficial da União do dia 02/05/2019, a Portaria Interministerial Nº 274, de 30/04/2019 que disciplina a recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos referenciados na Lei nº 12.305, de 2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos e Decreto nº 7.404, de 2010.

A portaria aprova a recuperação energética dos resíduos como uma das formas de destinação final ambientalmente adequada e viável. Além disso, a Política Nacional de Resíduos Sólidos determina que a recuperação energética não deve se sobrepor à reciclagem mecânica e, por isso, estabelece em seus artigos quê:

Art. 9o  Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

§ 1o  Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e com a implantação de programa de monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental.

Quais resíduos podem ser reaproveitados na recuperação energética?

Os materiais que podem ser aproveitados para a recuperação energética são:

  Resíduos oriundos de atividades domésticas, como restos de comida, materiais higiênicos e plásticos;

  Resíduos de limpeza urbana, como varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços;

  Resíduos de estabelecimentos classificados como não perigosos, compostos predominantemente de orgânicos, recicláveis e rejeitos.


Destes materiais, os mais utilizados são os resíduos plásticos não passíveis de reciclagem mecânica, pois com eles pode ser produzido cerca de 650 kW/h de energia por tonelada. Para se ter ideia, a quantidade de energia de 1 kg de plástico, por exemplo, é equivalente à contida em 1 kg de óleo combustível.

 

O que são Usinas de Recuperação Energética – URE?

As Usinas de Recuperação Energética (URE) contribuem com a economia circular ao lidar com resíduos não recicláveis, no caso dos resíduos plásticos aqueles que não são viáveis pela reciclagem mecânica que, de outra forma, seriam depositados em aterros. Elas devem operar de modo que sejam projetadas, equipadas e construídas dentro das normas exigidas por lei.

Uma URE é qualquer unidade dedicada ao tratamento térmico de resíduos sólidos urbanos com recuperação de energia térmica gerada pela combustão, com vistas à redução de volume e periculosidade, preferencialmente associada à geração de energia térmica ou elétrica.


Legenda da imagem: Unidade de recuperação energética – uma solução complementar à reciclagem.

 

O que dizem as Diretrizes para as Unidades de Recuperação Energética (URE)?

De acordo com a Portaria nº 274/2019, as indústrias que desejam realizar todo o processo necessitam cumprir uma série de requisitos operacionais. Alguns deles são:

  Viabilidade técnica, ambiental e econômico-financeira dos resíduos sólidos.

  Implantação de programa de monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental competente nos termos da legislação em vigor.

  A recuperação dos resíduos, se com objetivo de gerar energia elétrica, devem estar em conformidade com marcos legal e regulatório ambientais e dos setores energético e de saneamento.

 

Tecnologias utilizadas

Veja quais as formas mais comuns de recuperar energias de resíduos:

Incineração

A incineração de resíduos é um dos processos mais eficazes quando tratamos da destinação final de resíduos. Consiste no processo de queima a altas temperaturas, reduzindo o grande volume de lixo gerado.

Por se tratar de um processo que envolve alta temperatura, a incineração também pode ser utilizada para gerar energia. Devido à liberação do calor, o mesmo pode ser aproveitado para energia térmica ou elétrica.

Umas das exigências é que as caldeiras que convertem o calor em eletricidade e vapor passem por um controle de poluição com o filtro dos gases antes de liberá-los para a atmosfera por uma chaminé.

Os materiais combustíveis são: resíduos sólidos urbanos (RSU), resíduos industriais, comerciais e combustível derivado de resíduos (CDR).

Os produtos são: energia elétrica e/ou térmica, cinzas de fundo e cinzas volantes.

Pirólise

É uma opção de transformação energética de materiais plásticos que envolve a decomposição térmica parcial, originando óleo combustível bruto, o qual pode ser utilizado como fonte de energia, via combustão, ou transformado em outros produtos ou materiais.

As usinas que utilizam esses métodos realizam o tratamento térmico dos combustíveis sem que haja a combustão completa.

Os materiais combustíveis são: resíduos sólidos urbanos (RSU), resíduos industriais e comerciais, combustível derivado de resíduos (CDR) e materiais como madeira e biomassa.

Os produtos são: energia elétrica e/ou térmica, syngas, bio-óleo, insumos para indústria química e cinzas de fundo.

Coprocessamento em fornos de clínquer

Essa técnica consiste na utilização dos resíduos como substitutos de matérias-primas na fabricação de cimento.

Assim, diversos materiais podem ser coprocessados, como pneus, graxas, resíduos siderúrgicos, óleos usados, resinas, colas, resíduos plásticos, tintas, serragens, restos vegetais, solos contaminados, madeiras contaminadas e lodos de estações de tratamento de esgoto.

Digestão anaeróbia

A digestão anaeróbia, ou também biogasificação ou biometanização, é um conjunto de processos em que os microrganismos degradam a matéria orgânica biodegradável na ausência de oxigênio . Esse processo é usado com o propósito de geração de energia e/ou fins industriais na produção de produtos lácteos , cerveja, etanol e silagem .

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