Nunca se discutiu tanto a temática da geração de resíduos e o conceito da economia circular nas empresas veio para ficar. Reforçada pela pandemia da COVID-19, a adoção de práticas mais sustentáveis tem colocado em evidência a necessidade de otimização de recursos naturais, preservação do capital natural e a importância de incentivar os colaboradores das empresas a fazerem parte do processo e se engajarem na causa.
Como preservar o meio ambiente é responsabilidade de todos, e deixar de atuar no modelo de economia linear e adotar a circularidade é um passo relevante e muito necessário.
Economia linear x economia circular?
O conceito de economia linear é simples: extrair, produzir e descartar. Esse modelo é o mais enraizado na nossa economia, mas vem se mostrando inviável, pois causa o esgotamento dos recursos naturais finitos e uma enorme geração de resíduos.
A economia linear é insustentável, porque gera muito descarte incorreto, aumenta a propagação de doenças e pobreza nos aterros e lixões, tornando, assim, fundamental a necessidade de repensar modelos econômicos viáveis.
Já a economia circular é planejada para manter um longo ciclo, reaproveitando a matéria-prima, seja por meio da reutilização ou da reciclagem, e transformá-la em algo novamente utilizável. A geração de resíduos nesse modelo econômico é muito menor, estende a vida dos materiais e preza pelo consumo dentro de uma lógica cíclica. De maneira geral, a circularidade busca manter o recurso pelo máximo de tempo possível dentro da cadeia produtiva.
Ainda na economia circular, todo o conceito de circularidade começa, inclusive, no design do produto e na forma como ele vai para o mercado. A ideia é pensar em produtos que sejam ambientalmente responsáveis em todos os seus estágios, desde os métodos e insumos escolhidos na sua fabricação até as possibilidades de reciclagem no pós-uso.
Além disso, a economia circular se baseia nos seguintes princípios: repensar, reduzir, reutilizar, reparar, remanufaturar e reciclar.
Legenda da imagem: Novas formas de pensar na sustentabilidade dentro dos ambientes corporativos tem se tornado uma discussão frequente nas instituições.
Circularidade nas empresas
O fato é que as empresas não podem mais ignorar a origem dos insumos que utilizam e o destino de seus produtos. Essa preocupação com o consumo consciente, reutilização e reciclagem é a ponta da cadeia que caracteriza o pontapé para o conceito de economia circular ser colocado em prática.
Mas se engana quem acha que a transição de um modelo de economia linear para economia circular é simples. Ele requer planejamento de equipe multidisciplinar e se baseia em uma nova percepção no modo de conduzir negócios para alcançar efetividade sistêmica e colher impactos positivos.
Além disso, o envolvimento de todo o time e, se possível, apoio de um parceiro externo e especialista no tema que possa conduzir o processo de maneira eficaz, sem dúvida, faz toda a diferença para o sucesso da metodologia.
Como as empresas podem se engajar nesse movimento?
Não existe fórmula mágica para implementar o conceito da economia circular, mas o primeiro passo é que a empresa repense e ressignifique seu posicionamento diante da sustentabilidade.
Outra forma de começar é estar atualizado e recorrer a estudos recentes, realizados por consultorias, universidades e institutos especializados. Segundo o relatório da Fundação Ellen MacArthur, Rumo à Economia Circular: O Racional de Negócio para Acelerar a Transição, é necessário percorrer um caminho com passos específicos, que se baseiam em alguns pilares como:
1. Preservar e aprimorar o capital natural controlando estoques: isso significa que é necessário colocar em prática a desmaterialização de produtos e de serviços. A circularidade opta pela seleção dos recursos de maneira mais coerente e, sempre que possível, utiliza tecnologias e processos com base em materiais renováveis ou que resultem em um melhor desempenho.
2. Otimização do rendimento dos recursos: liberar a circulação de produtos e componentes e, assim, prolongar a sua vida útil. Esse processo é possível buscando novos modelos que tenham vida útil, ou seja, que facilitem a transformação de produtos e serviços em matéria-prima para outros produtos em um ciclo contínuo.
3. Estímulos: o terceiro princípio é estimular a efetividade do sistema, que aponta e exclui as externalidades negativas.
O grande desafio da implementação da economia circular é que as empresas desenvolvam novos modelos de negócio que agreguem valor ao produto/serviço e evoluir nessa trajetória requer um longo trabalho. No entanto, seu avanço resulta em menos perdas, elimina desperdício e promove o uso inteligente das matérias-primas, cuidando de seu ciclo biológico e, posteriormente, de sua evolução técnica.
Mudança sistêmica: pessoas, empresa e meio ambiente
Basicamente, o caminho de transformação, em escalas global e local, ainda é longo e cheio de desafios que exigem mudanças sistemáticas - na forma como pensamos e, principalmente, como produzimos, consumimos e descartamos.
Um processo de transformação operacional é complexo e deve ser conduzido por um "pensamento sistêmico", conforme especialistas denominam, que consiste em considerar todos os envolvidos no processo: pessoas, empresas, meio ambiente, atividades, fluxos internos e externos, conhecimento aprofundado e os resultados do negócio que não podem ser impactados.
Além disso, cada agente do processo deve ser tratado de maneira particular, porém contemplando elementos de ligação entre eles, aplicando uma metodologia clara e objetiva. É preciso pensar na sustentabilidade como estratégia de inovação, tendo o compromisso de exercer o menor impacto para o meio ambiente e sociedade, gerindo o negócio sob a ótica de uma operação que se propõe a deixar para trás os velhos hábitos.
Transformação nas empresas
O World Business Council for Sustainable Development sugere várias formas de como acelerar essa transição e acredita que há diferentes áreas que podem ter uma importante atuação no que diz respeito a essa transformação.
Como cada área é importante no processo de transição como um todo, é evidente que a maioria dos departamentos precisa de uma direção clara do que fazer, com indicação de tarefas. Setores como design, compras, produção, vendas e gerenciamento de resíduos são exemplos claros dos atores que devem se engajar.
Legenda da imagem: Representação simples do conceito de economia circular, em que um único produto é consumido, reciclado, repensado e consumido novamente.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) resume bem todo o processo no levantamento Economia Circular - Oportunidades e Desafios para a Indústria Brasileira, ao afirmar que "A transição dos modelos lineares para modelos circulares está associada a inovações no sistema de negócios com o objetivo de alcançar maior efetividade sistêmica e impactos positivos".
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A reciclagem mecânica de resíduos plásticos tem colaborado com o aumento de empregos ou renda extra. Além disso, tem transformado o modo de vida de muitos, educando sobre a importância de repensar o consumo e reaproveitar resíduos.
Este estudo teve como objetivo apresentar - e esclarecer - todo o contexto que envolve o processo, bem como suas grandes contribuições para o país e colaboradores do setor.
Outra inovação é a manufatura de próteses mecânicas em impressoras 3D com biopolímeros (produzidos a partir de fontes renováveis, como a cana-de-açúcar, a beterraba, o milho e outras espécies). No caso da mão mecânica, a matéria-prima é o PLA – poliácido láctico constituído por moléculas de ácido láctico –, um ácido orgânico de origem biológica que é obtido a partir do amido do milho e da beterraba.
O volume de plásticos pós-consumo reciclados no Brasil teve um crescimento de 10%, em relação a 2018.
Foram 838 mil toneladas !
Confira outros números abaixo:
17,9 MIL EMPREGOS foram gerados na indústria de reciclagem mecânica.
As vagas foram ofertadas por empresas e cooperativas de reciclagem , que têm grande importância social, contribuindo com a geração de renda e, cada vez mais, com o desenvolvimento de colaboradores que garantem o sustento de suas famílias.
695 EMPRESAS EM OPERAÇÃO , dessas 82,5% das recicladoras entre Sul e Sudeste.
Com mais oportunidades de crescimento, a sustentabilidade e a economia seguem de mãos dadas estimulando novas ações e iniciativas sustentáveis por todo o país.
R$ 2,5 BILHÕES em faturamento bruto
Você sabia?
56,5% dos resíduos reciclados são PET!
De onde vem e para onde vai:
Quem imagina que a maior parte dos resíduos vem de empresas vai ficar surpreso ao descobrir, que mais da metade dos resíduos vem dos lares. Por esse motivo, nós, do Movimento Plástico Transforma, estimulamos a prática dos 4 Rs da Sustentabilidade.
Um deles é: REPENSE o seu consumo.
• 52,5% do plástico reciclado vem do uso doméstico
• 28% resíduo pós-industrial
• 19,5% pós-consumo não doméstico
O Sudeste se destaca como a região que mais consome os materiais plásticos reciclados e as 838 mil toneladas se dividem da seguinte forma:
• 55,5% Sudeste (464 mil t)
• 27% Sul (226 mil t)
• 11,3% Nordeste (95 mil t)
• 4,8% Centro-Oeste (40 mil t)
• 1,4% Norte (12 mil t)
O estudo apontou que ainda há uma porcentagem de perda no processo de reciclagem, em decorrência da contaminação no momento da triagem, adesivos ou sujeira orgânica, além de cores indesejadas. 135 mil toneladas foram identificadas no período.
Agora, queremos saber: você separa os seus resíduos adequadamente?
Contribua com o processo de reciclagem e seja um agente dessa transformação! 😉 ♻ ️
Existem lixeiras para cada tipo de material, indicadas por cores conforme abaixo. Mas, para facilitar em casa, você pode ter 2 lixeiras: uma para orgânicos e a outra para recicláveis.
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