Um dos alvos mais importantes da indústria de alimentos é atender as demandas do consumidor pela oferta de produtos diversificados, inovadores e de alta qualidade. Isso seria impossível de ser atingido sem o uso de embalagens plásticas, tão presentes em nosso cotidiano.
Para se ter uma ideia, a indústria de alimentos é a maior usuária de plástico, consumindo cerca de 35% da indústria global de embalagem. Isso permite que as empresas do segmento proporcionem ao consumidor um armazenamento seguro de alimentos garantindo a qualidade do produto, com alta funcionalidade e praticidade.
Mas será mesmo que pode trazer algum prejuízo?
Diversos estudos tentam responder a essa questão. Os plásticos são, em sua maioria, bioquimicamente inertes, não reagem e nem se deterioram em contato com outras substâncias. Portanto, não oferecem riscos para a saúde humana ou para o ambiente quando utilizados de modo correto, descartados adequadamente ou reciclados .
Várias pesquisas atuais indicam que o verdadeiro perigo está na contaminação causada por agente externos e não pelo material plástico em si utilizado na embalagem. O plástico, na realidade, protege os alimentos durante o transporte ou manuseio, representando uma barreira física que preserva o alimento do ar, luz, umidade, sujeiras e microrganismos indesejados.
Legenda da imagem : Recipiente plástico utilizado para o transporte de alimentos, que aumenta os níveis de segurança e reduz consideravelmente os riscos de contaminação.
Foto: Shutterstock
O plástico mais utilizado para embalagens de alimentos e talheres é o polipropileno , um material reciclável, que pode ser aquecido no micro-ondas ou congelado. As empresas de delivery utilizam as embalagens plásticas para a entrega da refeição comprada pelo cliente por meio de aplicativos, e take away, aquele modelo que não há a logística de envio do pedido em domicílio, mas a retirada acontece no balcão, sendo o descarte realizado pelo próprio cliente, na loja.
Além das inovações na área alimentar , não podemos deixar de citar as contribuições fundamentais do plástico na área da saúde .
O temido BPA
Sem dúvida você já ouviu falar sobre os riscos do BPA e como essa substância pode influenciar na contaminação dos alimentos. O BPA, também chamado de bisfenol A , é uma substância química orgânica que constitui a unidade básica de polímeros e revestimentos de alto desempenho, principalmente plásticos como policarbonatos e resinas epóxi.
Com muita frequência, o BPA acaba sendo alvo de estudos e de discussões de órgãos nacionais e internacionais de saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, vem tentando entender e registrar estudos que identifiquem quais os efeitos do plástico na alimentação.
Em 2010, a OMS observou que, embora um grande número de estudos sobre os efeitos do BPA na saúde humana tenham sido publicados, existiam discrepâncias consideráveis ??entres seus resultados, tanto nos efeitos observados como nos níveis em que eles ocorrem.
Para colocar fim na discussão dentro da comunidade científica e esclarecer os fatos para a população, a Organização das Nações Unidas para Agricultura (FAO) e a OMS realizaram um encontro de especialistas, com o objetivo de avaliar a segurança do BPA.
As conclusões dessa reunião foram taxativas: os efeitos à saúde causados pelo BPA, quando existentes, ocorriam principalmente em doses muito elevadas da substância. No entanto, por considerar que bebês e crianças pequenas estariam mais expostos à substância e seriam mais suscetíveis a seus potenciais efeitos, decidiram, por precaução, que alguns países poderiam optar por proibir a importação e fabricação de mamadeiras que contenham BPA - como foi o caso do Brasil em 2012, por meio de uma resolução da Anvisa.
Já em 2014, a agência regulatória dos Estados Unidos Food and Drug Administration (FDA), após a revisão de diversos estudos sobre os efeitos do BPA na saúde humana, publicou um relatório importantíssimo, no qual considerou que existe uma margem de segurança adequada para o BPA nos níveis de exposição aos quais a população está sujeita atualmente.
E por fim, em 2015, a agência regulatória europeia European Food Safety Authority (EFSA) reavaliou o risco da exposição ao BPA por meio de alimentos e outras fontes de exposição. Em seu pronunciamento, a agência enfatiza: " A conclusão geral é que o BPA não representa risco para a saúde dos seres humanos, porque os níveis atuais de exposição estão bem abaixo do estabelecido como seguro . Isso também se aplica às mulheres grávidas e aos idosos".
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) afirma que não existem evidências suficientes para sustentar que o policarbonato ofereça risco à saúde em função da exposição ao BPA e, sendo assim, autoriza a exposição ao BPA dentro de limites estabelecidos , exceto em mamadeiras.
Por isso, é comum encontrar em embalagens de mamadeiras o símbolo de "BPA free", que indica que o material está livre da substância. Caso você também veja na embalagem o símbolo do triângulo com três setas, ele indica que o produto é reciclável. Dentro do triângulo, há um número que identifica o tipo de substância usada na fabricação do produto. Para quem utiliza os potes plásticos com alimentos, o código tipo 5 para designar o polipropileno, é um dos mais comuns, oferecendo uso seguro no micro-ondas.
Legenda da imagem : Símbolo de BPA free, indicando que o material não possui esse tipo de substância na composição.
Foto: Shutterstock
LEGISLAÇÃO VIGENTE
Todas as legislações de materiais para contato com alimentos em vigor no Brasil, MERCOSUL, União Europeia ou Estados Unidos estabelecem que os produtos não devem liberar, nas condições previsíveis de uso, substâncias indesejáveis, tóxicas ou contaminantes, que representem risco para a saúde do consumidor ou que possam modificar a composição dos alimentos.
Seja em altas ou baixas temperaturas, recipientes como potes, tigelas, frascos e bandejas não apresentam quaisquer perigos ao consumidor, desde que cumpram a legislação nacional vigente, neste caso, publicada pela ANVISA, o órgão fiscalizador brasileiro.
A aprovação da ANVISA estabelece que a formulação do material deve cumprir uma lista de substâncias permitidas e nesta não constam elementos que podem ser cancerígenos ou que ocasionem problemas de saúde ao consumidor. Portanto, se a embalagem ou recipiente cumpre com a legislação estabelecida, em nenhuma etapa do seu uso, substâncias potencialmente tóxicas serão transferidas para o alimento.
Se um pote ou embalagem plástica estiver com as indicações no rótulo afirmando que pode ser utilizado para aquecimento em micro-ondas, significa que este material já foi aprovado para esta condição de uso, ou seja, para aquecimento a temperaturas de 100° C ou mais.
Da mesma forma, se consta no rótulo que o alimento pode ser aquecido em forno convencional, a temperaturas que podem chegar a 250° C, também significa que este material já está aprovado para esta condição de uso.
Como todos produtos que você consome, é importante se atentar aos rótulos. Essa é uma forma de garantir embalagens e produtos aprovados para a aplicação.
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A reciclagem mecânica de resíduos plásticos tem colaborado com o aumento de empregos ou renda extra. Além disso, tem transformado o modo de vida de muitos, educando sobre a importância de repensar o consumo e reaproveitar resíduos.
Este estudo teve como objetivo apresentar - e esclarecer - todo o contexto que envolve o processo, bem como suas grandes contribuições para o país e colaboradores do setor.
Outra inovação é a manufatura de próteses mecânicas em impressoras 3D com biopolímeros (produzidos a partir de fontes renováveis, como a cana-de-açúcar, a beterraba, o milho e outras espécies). No caso da mão mecânica, a matéria-prima é o PLA – poliácido láctico constituído por moléculas de ácido láctico –, um ácido orgânico de origem biológica que é obtido a partir do amido do milho e da beterraba.
O volume de plásticos pós-consumo reciclados no Brasil teve um crescimento de 10%, em relação a 2018.
Foram 838 mil toneladas !
Confira outros números abaixo:
17,9 MIL EMPREGOS foram gerados na indústria de reciclagem mecânica.
As vagas foram ofertadas por empresas e cooperativas de reciclagem , que têm grande importância social, contribuindo com a geração de renda e, cada vez mais, com o desenvolvimento de colaboradores que garantem o sustento de suas famílias.
695 EMPRESAS EM OPERAÇÃO , dessas 82,5% das recicladoras entre Sul e Sudeste.
Com mais oportunidades de crescimento, a sustentabilidade e a economia seguem de mãos dadas estimulando novas ações e iniciativas sustentáveis por todo o país.
R$ 2,5 BILHÕES em faturamento bruto
Você sabia?
56,5% dos resíduos reciclados são PET!
De onde vem e para onde vai:
Quem imagina que a maior parte dos resíduos vem de empresas vai ficar surpreso ao descobrir, que mais da metade dos resíduos vem dos lares. Por esse motivo, nós, do Movimento Plástico Transforma, estimulamos a prática dos 4 Rs da Sustentabilidade.
Um deles é: REPENSE o seu consumo.
• 52,5% do plástico reciclado vem do uso doméstico
• 28% resíduo pós-industrial
• 19,5% pós-consumo não doméstico
O Sudeste se destaca como a região que mais consome os materiais plásticos reciclados e as 838 mil toneladas se dividem da seguinte forma:
• 55,5% Sudeste (464 mil t)
• 27% Sul (226 mil t)
• 11,3% Nordeste (95 mil t)
• 4,8% Centro-Oeste (40 mil t)
• 1,4% Norte (12 mil t)
O estudo apontou que ainda há uma porcentagem de perda no processo de reciclagem, em decorrência da contaminação no momento da triagem, adesivos ou sujeira orgânica, além de cores indesejadas. 135 mil toneladas foram identificadas no período.
Agora, queremos saber: você separa os seus resíduos adequadamente?
Contribua com o processo de reciclagem e seja um agente dessa transformação! 😉 ♻ ️
Existem lixeiras para cada tipo de material, indicadas por cores conforme abaixo. Mas, para facilitar em casa, você pode ter 2 lixeiras: uma para orgânicos e a outra para recicláveis.
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