O Movimento Maker faz parte da cultura do faça-você-mesmo. Qualquer pessoa pode fabricar, modificar, prototipar e aprender a construir artefatos personalizados, sustentáveis e acessíveis. O surgimento de makerspaces e fablabs, a popularização da impressão 3D e metodologias de aprendizagem criativa nas escolas ampliaram o movimento.
Priscila Welausen é evangelista do movimento maker e atua incentivando a maior participação feminina no mercado de TI e à frente de startups. Mestranda em Informática na Educação, desenvolve projetos com impressão 3D, programação, robótica e aprendizagem criativa em escolas e universidades. A seguir, ela nos fala sobre o Movimento Maker na educação básica, em casa e na reciclagem.
Na sala de aula, muda completamente a relação entre professor e aluno. "O professor torna-se um mediador. Ele apresenta as ferramentas, lança a proposta, e os alunos em grupo partem para a resolução do problema", conta Welausen.
Os laboratórios de informática já estão se transformando em makerspaces, com bancadas de ferramentas eletrônicas e equipamentos. Os espaços possuem impressoras 3D, cortadoras a laser, máquinas de vacuum forming, kits de robótica formados essencialmente por componentes mais baratos, sucata eletrônica e vários materiais alternativos "que antes você sequer imaginava que pudessem ser aliados da robótica, como garrafa PET, copos plásticos, caixas de papelão, tampinhas etc.", diz ela.
A aprendizagem criativa baseada nos quatro pês - projeto, parceria, paixão e pensar -ganha espaço nas escolas e influencia a vida doméstica, com o reaproveitamento de insumos e projetos criados em makerspaces ou nas escolas.
Internet das Coisas
A verdade é que a Internet das Coisas possibilita, nos dias de hoje, inúmeras oportunidades e conexões, muitas das quais não conseguimos imaginar nem entender completamente o impacto. Welausen nos fala que o futuro do IoT (Internet of Things, em inglês) será baseado em computação ubíqua, em que dispositivos escondidos em nossa casa trabalharão 24 horas capturando dados para aplicá-los a favor do nosso conforto, segurança e otimização do tempo: "Os wearables terão impacto fundamental no acompanhamento da nossa saúde e na performance no esporte".
Welausen acha ainda que a saúde não será monitorada apenas por dispositivos que vestimos, já que "cada vez mais veremos o crescimento do biohacking, que são implantes de chips no corpo ou sensores que liberam medicação, facilitando tratamentos e diagnósticos médicos à distância".
A interconexão digital influenciará também a popularização dos transportes autônomos. "Resta saber se os países, principalmente o Brasil, estão preparados para rever legislações e condições de trânsito adequadas para esses meios", pontua a professora.
Robótica x filamentos plásticos x reciclagem
Welausen mostra que, com a inserção da impressão 3D no cotidiano e os insumos cada vez mais variados, a prototipagem ficou mais acessível e sustentável. "Você pode construir rápido, testar, aprimorar e voltar para o mercado para experimentar ou já vender a ideia", diz.
Os principais filamentos, isto é, os insumos da impressão 3D por extrusão, permitem a reciclagem e seu reaproveitamento por diversas vezes. "E são ainda mais sustentáveis quando aliam-se à robótica, com a utilização de placas de prototipagem rápida, como Arduino, ESP8266 e Raspberry Pi, entre outras, que possuem possibilidades de reaproveitamento e custo baixo", salienta.
Nas escolas e universidades, a especialista em plataformas de hardware tem visto professores ressignificando materiais que antes iriam para o lixo, como garrafas, caixas de sapatos, isopor, tampinhas e canos de PVC. Utilizando os materiais com Arduinos e outros componentes eletrônicos, estão criando hortas automatizadas, robôs, games e brinquedos.
Em relação aos filamentos para impressoras 3D, os mais adotados são o PLA, filamento produzido no Brasil a partir do milho ou da cana-de-açúcar; o ABS, produzido a partir do petróleo e que pode ser reciclado algumas vezes sem perder suas propriedades, e o PETG, da mesma família do material das garrafas PET.
Nas universidades com curso de moda já começam a adotar o Filaflex para construir vestuários inteligentes com Arduino Lilypad. Sendo assim, é um cenário maker em que se observam várias tecnologias interligadas e, o melhor de tudo, que colocam a sustentabilidade em evidência.
Importância do plástico
Welausen fala que reciclar faz parte do Movimento Maker: " Descartamos muitos produtos plásticos, como sacolas, caixas/embalagens térmicas, tubos, potes, copos, canudos, garrafas, tampas, mangueiras, entre outros, que podem ser reaproveitados em projetos maker ou, pelo menos, descartados da forma correta". E conclui: "Ser maker é pensar duas vezes antes de jogar qualquer coisa fora".
Saiba mais sobre o trabalho de Priscila Welausen e do Circuito Maker:
Como a jornada do plástico está redefinindo os setores industriais e a sociedade moderna
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A reciclagem mecânica de resíduos plásticos tem colaborado com o aumento de empregos ou renda extra. Além disso, tem transformado o modo de vida de muitos, educando sobre a importância de repensar o consumo e reaproveitar resíduos.
Este estudo teve como objetivo apresentar - e esclarecer - todo o contexto que envolve o processo, bem como suas grandes contribuições para o país e colaboradores do setor.
Outra inovação é a manufatura de próteses mecânicas em impressoras 3D com biopolímeros (produzidos a partir de fontes renováveis, como a cana-de-açúcar, a beterraba, o milho e outras espécies). No caso da mão mecânica, a matéria-prima é o PLA – poliácido láctico constituído por moléculas de ácido láctico –, um ácido orgânico de origem biológica que é obtido a partir do amido do milho e da beterraba.
O volume de plásticos pós-consumo reciclados no Brasil teve um crescimento de 10%, em relação a 2018.
Foram 838 mil toneladas !
Confira outros números abaixo:
17,9 MIL EMPREGOS foram gerados na indústria de reciclagem mecânica.
As vagas foram ofertadas por empresas e cooperativas de reciclagem , que têm grande importância social, contribuindo com a geração de renda e, cada vez mais, com o desenvolvimento de colaboradores que garantem o sustento de suas famílias.
695 EMPRESAS EM OPERAÇÃO , dessas 82,5% das recicladoras entre Sul e Sudeste.
Com mais oportunidades de crescimento, a sustentabilidade e a economia seguem de mãos dadas estimulando novas ações e iniciativas sustentáveis por todo o país.
R$ 2,5 BILHÕES em faturamento bruto
Você sabia?
56,5% dos resíduos reciclados são PET!
De onde vem e para onde vai:
Quem imagina que a maior parte dos resíduos vem de empresas vai ficar surpreso ao descobrir, que mais da metade dos resíduos vem dos lares. Por esse motivo, nós, do Movimento Plástico Transforma, estimulamos a prática dos 4 Rs da Sustentabilidade.
Um deles é: REPENSE o seu consumo.
• 52,5% do plástico reciclado vem do uso doméstico
• 28% resíduo pós-industrial
• 19,5% pós-consumo não doméstico
O Sudeste se destaca como a região que mais consome os materiais plásticos reciclados e as 838 mil toneladas se dividem da seguinte forma:
• 55,5% Sudeste (464 mil t)
• 27% Sul (226 mil t)
• 11,3% Nordeste (95 mil t)
• 4,8% Centro-Oeste (40 mil t)
• 1,4% Norte (12 mil t)
O estudo apontou que ainda há uma porcentagem de perda no processo de reciclagem, em decorrência da contaminação no momento da triagem, adesivos ou sujeira orgânica, além de cores indesejadas. 135 mil toneladas foram identificadas no período.
Agora, queremos saber: você separa os seus resíduos adequadamente?
Contribua com o processo de reciclagem e seja um agente dessa transformação! 😉 ♻ ️
Existem lixeiras para cada tipo de material, indicadas por cores conforme abaixo. Mas, para facilitar em casa, você pode ter 2 lixeiras: uma para orgânicos e a outra para recicláveis.
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