O Brasil é referência mundial em tecnologia e métodos para a coleta e a testagem de sangue. O que nem todos sabem é que sem o plástico tudo isso não seria possível. Os plásticos, leves, práticos e seguros, são cada vez mais utilizados como auxiliares na medicina.
Equipamentos e acessórios
A maior parte do material necessário para a doação de sangue é feita de plástico. Excluindo apenas agulha, álcool e algodão, o restante é composto por diversos tipos de plástico: par de luvas para procedimento, seringa, garrote e tubos de ensaio em poliestireno para a coleta de acordo com o pedido do exame. Os demais equipamentos e acessórios para a realização dos testes em laboratório também são de plástico, como balde graduado, barrileta em PVC, caixa plástica porta-tubos, copo de Bequer em polipropileno, sacos estéreis para a coleta de amostras líquidas, pipetas plásticas descartáveis, entre muitos outros instrumentos. Todo o material utilizado para colher e testar sangue é esterilizado e descartável.
Bolsas plásticas
Num dos primeiros métodos, a doação de sangue era feita direto do braço do doador para o paciente receptor. Com o avanço da medicina, foi possível o processamento do sangue, possibilitando que o paciente receba somente o hemocomponente de que necessita. Além disso, com o uso de bolsas plásticas e anticoagulantes é possível a estocagem, por prazo determinado, desses hemocomponentes. As inovações trazidas pelo plástico melhoram a qualidade de vida das pessoas.
Cateter
O cateter, um tubo especial feito de plástico, é inserido numa veia maior e conectado a um reservatório que fica implantado debaixo da pele e pode ser deixado nesse local por muitos meses, até anos, dependendo da sua qualidade. O cateter deixa a veia sempre acessível, excluindo a necessidade do uso dos braços para a aplicação de injeções e de várias punções para procurar veias. É colocado em cirurgia com anestesia.
Exemplo de vida
Há 25 anos, o jornalista Ricardo Alves vai regularmente à Fundação Pró-sangue, hemocentro de São Paulo, posto Clínicas, para doar sangue. Já são mais de oitenta doações. "A pessoa que doa sangue, no primeiro instante, pensa exclusivamente em salvar vidas", disse. Ele conta que seguiu o exemplo do irmão, nove anos mais velho, que era doador regular. "Vendo ele doar, eu sentia orgulho", contou. Ricardo esperou a idade apropriada de dezesseis anos para começar a doar. A idade-limite é de 69 anos, mas pessoas acima de sessenta anos só podem doar se já tiverem doado sangue alguma vez antes dessa idade.
Apenas uma doação de sangue pode beneficiar até quatro pessoas. No Brasil, ao ano, cerca de 3,5 milhões de pessoas realizam transfusões de sangue. No total, existem no país 27 hemocentros e quinhentos serviços de coleta.
Avanço na medicina
Parece cinema, mas o avanço na medicina chamado de "sangue de plástico" pode ser a solução para a escassez desse tecido nos bancos de sangue. Ele é chamado assim por ser produzido a partir de um polímero especial. A diferença entre ele e o sangue verdadeiro é imperceptível, já que a novidade apresenta a mesma cor vermelha e viscosidade e possui molécula de hemoglobina, a mesma presente no sangue que corre nas veias.
Em meados de 2007, segundo a BBC, cientistas britânicos desenvolveram esse sangue artificial de plástico que poderia ser usado como substituto em uma situação de emergência.
O novo sangue é feito com moléculas de plástico que têm um átomo de ferro em seu centro, como a hemoglobina, que pode levar oxigênio pelo corpo. Segundo os cientistas, o sangue artificial é leve e fácil de transportar, não precisa de refrigeração e pode ser conservado por mais tempo.
Uma amostra do protótipo do sangue artificial foi exibida no Museu da Ciência de Londres, como parte de uma mostra dedicada à história do plástico.
Importância do sangue
A hemoglobina sintética também possui as mesmas características da hemoglobina natural. Só para lembrar, o sangue é responsável por funções vitais em nosso organismo, como o transporte de oxigênio dos pulmões para todas as células do corpo e a remoção de resíduos e toxinas dos rins e do fígado. E, veja só, o novo sangue pode realizar o mesmo.
O novo sangue é considerado resistente. Essa talvez será a diferença que falará mais alto em relação ao sangue comum, que pode degradar-se e perder as propriedades se passar por aquecimento. O sangue de plástico não precisa ser resfriado, ou seja, pode ser transportado com mais tranquilidade para áreas de conflitos ou guerras.
Novo dispositivo
Um dispositivo feito de plástico que coleta sangue sem agulha e sem dor está chegando ao mercado. Há quem diga que tirar sangue é um procedimento simples e indolor, mas nem todo mundo concorda. O processo para coletar sangue tem sido o mesmo há décadas, mas um grupo de inventores promete mudar isso em breve.
O TAP, sigla em inglês para Flebotomia Ativada pelo Toque, foi idealizado em 2014, chamou a atenção de investidores milionários e agora vem sendo apresentado em eventos de tecnologia de saúde, podendo chegar ao mercado em breve.
Feito de plástico, o dispositivo utiliza trinta agulhas fininhas, que penetram as camadas mais superficiais da pele e começam a coletar o sangue, num procedimento que dura em média dois minutos.
O plástico está cada vez mais comprometido com novas tecnologias, oferece produtos de alto desempenho e soluções para atender às necessidades da população. Ele terá cada vez mais espaço não somente em acessórios descartáveis e, consequentemente, seguros para laboratórios, como em outros procedimentos médicos de extrema importância para a saúde das pessoas.
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