17 de julho de 2025

Da estrada ao céu: como o plástico reciclado impulsiona a nova era da mobilidade

Leve, resistente e cada vez mais sustentável, o plástico vem ganhando protagonismo em uma das áreas mais estratégicas da economia: o setor de transportes. O que antes era visto apenas como um material complementar, hoje ocupa função central na construção de soluções que unem inovação, desempenho e responsabilidade ambiental.

A presença do plástico reciclado em carros, ônibus, caminhões, aviões e até bicicletas já é uma realidade que reflete as transformações da mobilidade moderna. Por suas propriedades técnicas como leveza, durabilidade e versatilidade, o material contribui para melhorar a eficiência energética dos veículos, aumentar a segurança e ainda reduzir emissões.

NOS AUTOMÓVEIS

No setor automotivo, os polímeros já representam entre 8% e 10% do peso total, o que equivale a cerca de 100 a 150 quilos por veículo no Brasil. Na Europa, esse número ultrapassa os 200 quilos.

Aplicados em painéis, revestimentos, alavancas e outras peças, os plásticos proporcionam acabamento moderno, mais conforto para os ocupantes e ganhos operacionais significativos.

O avanço da reciclagem tem ampliado ainda mais esse impacto. Um levantamento realizado por nós do Movimento Plástico Transforma, apontou que o setor automotivo consumiu 71 mil toneladas de resinas recicladas pós-consumo (PCR) em 2023. O volume inclui aproximadamente 38,5 mil toneladas de polipropileno reciclado (PP PCR), utilizadas em peças de reposição e compostos, além de 20 mil toneladas de PET reciclado, aplicadas na produção de tapetes, cintos de segurança e revestimentos internos, e 3 mil toneladas de poliestireno reciclado (PS), presente em componentes reaproveitados.

A mobilidade coletiva também se beneficia da versatilidade do plástico reciclado. Com mais de 140 milhões de passageiros transportados anualmente em viagens interestaduais e internacionais no Brasil, os ônibus precisam ser cada vez mais leves, seguros e confortáveis.

O uso do plástico contribui diretamente nesse sentido, reduzindo o peso dos veículos, melhorando sua eficiência e viabilizando a reutilização de peças e sobras industriais em novos componentes, como sistemas de refrigeração, faróis e partes da suspensão.

NA AVIAÇÃO

Na aviação, o uso de materiais plásticos vem ganhando força como estratégia para diminuir o consumo de energia e aumentar a produtividade. As maiores fabricantes do setor, Airbus e Boeing, estão investindo no desenvolvimento de aeronaves mais leves, com componentes termoplásticos que substituem peças tradicionais. Esses materiais especiais, que combinam fibras de carbono, vidro ou aramida com resinas de alto desempenho, permitem processos de produção mais ágeis, com menos etapas e menos insumos. A soldagem por ultrassom, por exemplo, elimina a necessidade de rebites e autoclaves, reduzindo tempo e custo.

Esse movimento aponta para um futuro onde o plástico reciclado ocupa um espaço cada vez mais estratégico na cadeia de mobilidade. Mais do que uma solução técnica, ele representa uma escolha inteligente: manter a competitividade, colocar a inovação a serviço da sustentabilidade e reduzir impactos. 

O setor de transportes avança. E o plástico avança com ele, como parte da solução.

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