Plástico para ir e vir
A presença do plástico em carros, aviões, caminhões, ônibus e bicicletas pode ser percebida cada vez mais. A razão da disseminação do seu uso é que o plástico reduz o custo e o peso dos veículos, economiza combustível e melhora o nível de segurança de motoristas e passageiros. Além disso, o material proporciona melhor acabamento e possibilita que os veículos sejam concebidos de forma mais moderna, bonita e versátil.
Calcula-se que, entre peças e componentes, são empregados polímeros numa proporção entre 8% e 10% do volume e peso total em diversos modelos de automóveis.
Os veículos brasileiros levam de 100 a 150 quilos de material plástico, enquanto na Europa chegam a ter mais de 200 quilos em sua estrutura.
Transporte rodoviário
A locomoção por vias terrestres ainda é a preferida entre os brasileiros, que, às vezes, cruzam o país pelas rodovias e em transportes coletivos.
Segundo estimativas, 95% das pessoas que utilizam esse tipo de transporte escolhem o ônibus como meio de locomoção. Noventa milhões de viagens terrestres são realizadas diariamente no Brasil, sendo que, dessas, 92% são feitas de ônibus. O metrô fica com 4% e o transporte ferroviário, com os outros 4%.
O setor de transporte ocupa hoje o quinto lugar entre as atividades essenciais para o Brasil e é responsável por 3,5% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. O serviço de transporte interestadual e internacional movimenta mais de 140 milhões de passageiros por ano.
Uso amplo e diversificado
A indústria do transporte adota ainda peças de plástico para revestimentos interno e externo, laterais de portas, porta-trecos, consoles, colunas de revestimento, tampas de alto-falantes, alavancas de assentos, coberturas de bancos, painéis, além de tampas de refrigeração, tampas traseiras, tampas de revestimento de porta-malas e revestimento de portas. Tudo para que você viaje sempre confortável e em segurança.
A fim de reutilizar o plástico e evitar seu descarte no ambiente, a indústria desenvolve técnicas que transformam peças antigas e retalhos descartados em novos produtos, para atender às necessidades mais diversas. Exemplos de reaproveitamento do plástico são peças e componentes para faróis e lanternas, e peças para sistemas de refrigeração, motor e suspensão.
Bicicleta feita de plástico
Alguns itens isolados de bicicletas são produzidos em plástico há muito tempo, mas a primeira bicicleta com o quadro feito de plástico reciclável é novidade no mercado e é brasileira. Ela é fabricada em São Paulo, sob encomenda, sendo produzida a partir de plástico descartado de garrafas PET, embalagens e peças de geladeira. Pelo menos 2.500 pessoas estão na lista de espera para tornarem-se proprietárias de uma Muzzicycle .
A invenção é do artista plástico uruguaio Juan Muzzi. Radicado em São Paulo, ele iniciou, em 1998, pesquisa de materiais PET e Nylon como fontes de matéria-prima. A produção, concluída em 2008, necessitou de um ano de testes para garantir o selo de qualidade do Inmetro para a comercialização do produto. A bike foi patenteada na Holanda em 2012 e é mais flexível, barata e resistente, porque o plástico não enferruja e, ainda, "absorve impactos do solo, protegendo a próstata e a coluna dos ciclistas", comemora Muzzi.
O processo que transforma resíduos sólidos em uma bicicleta começa com os plásticos descartados sendo cortados em pedaços pequenos e depois transformados em grãos. Em seguida, recebem uma resina especial que garante a resistência adequada. Um dos aditivos químicos protege o plástico do sol. A mistura é posta em uma máquina injetora que a colocará no molde. A injeção leva em torno de 4 minutos e a peça segue para o resfriamento. Após 5 horas o quadro está pronto para virar bicicleta. O interessante é que cada peça é exclusiva, já que nenhum lote dos resíduos plásticos é exatamente igual.
Desde este ano, as bicicletas já podem ser feitas a partir de fontes renováveis, como o Plástico Verde. "No futuro, pretendemos que sementes sejam depositadas dentro do quadro de Plástico Verde, assim, quando a bicicleta estiver no limite do desgaste, poderá ser enterrada e nascer uma planta", diz entusiasmado Muzzi.
Com tantos pontos a favor, não é por acaso que o plástico é o material escolhido para fazer parte da produção de diversos meios de transporte.
Fontes: Departamento de Engenharia da Volkswagen do Brasil; Plastivida; pesquisa sobre mobilidade urbana da Rede Nossa São Paulo; pesquisa do Sindicato das Empresas de Transportes do Estado de São Paulo - Setpesp.
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