Criado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), o dia 17 de maio celebra o Dia Internacional da Reciclagem. Por isso, essa data nos convida a uma série de reflexões importantes.
A forma como nos relacionamos com a reciclagem de resíduos, se a maneira como praticamos o descarte desses materiais está correta e como podemos nos engajar nessa causa tão importante para o planeta em que vivemos são alguns pontos que precisam ser observados.
Além disso, a data também nos traz discussões sobre como reduzir a quantidade de resíduos que geramos e como podemos tornar o tema reciclagem algo viável em nosso dia a dia.
Repensando a reciclagem diária a partir de nossas escolhas
De modo geral, a reciclagem é o processo conhecido pelo qual um material é beneficiado para que possa ser reutilizado posteriormente.
É o processo em que acontece o beneficiamento do resíduo sólido não mais passível de reutilização e que erroneamente iria para o lixo, com mudanças em seus estados físico, físico-químico ou biológico.
Assim, o resíduo passa a ter novas características, podendo ser reinserido como matéria-prima ou produto e voltar à cadeia produtiva outra vez. É uma das maneiras encontradas para evitar o desperdício de matéria-prima e recursos naturais, sempre com foco na sustentabilidade.
Além de evitar a poluição dos ecossistemas, a reciclagem visa ampliar o reaproveitamento de itens que já foram inseridos no mercado, minimizando assim os impactos ambientais de uma nova produção e nos fazendo repensar nossos hábitos de consumo.
Dessa forma, o processo torna-se cíclico: quanto mais se recicla, mais se
reaproveita e, consequentemente, menor é a necessidade de extrair novos materiais da natureza.
É inegável que ainda há muito o que aprender sobre o tema da reciclagem no Brasil.
Um estudo realizado pela Associação Brasileira da Empresa de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, a Abrelpe, apontou o que mudou nesse ano pandêmico.
Antes do período da pandemia, a geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) acontecia de maneira descentralizada nas diferentes regiões do Brasil, já que as atividades diárias eram desempenhadas em diferentes locais (escritórios, escolas, centros comerciais e etc). A partir de 2020, com mais pessoas ficando em casa, notou-se uma concentração da geração de resíduos nas residências.
Os dados apurados mostram que a geração de RSU no país sofreu influência direta da pandemia da COVID-19 durante o ano de 2020, tendo alcançado:
82,5 milhões de toneladas geradas, ou seja, 225.965 toneladas diárias.
Cada brasileiro gerou, em média, 1,07 kg de resíduo por dia.
Dados mais do que o suficiente para trazer à tona a importância do Dia Internacional da Reciclagem e como essas reflexões podem nos impulsionar para consciência quanto ao tema.
Coleta seletiva: um grande aliado no processo de reciclagem
Pode parecer estranho, mas boa parte das pessoas sequer faz ideia do trabalho que é garantir que os resíduos sejam descartados da forma correta ou reaproveitados. É neste momento que entra a ação de algumas Prefeituras, que dão exemplos de boas práticas de reciclagem, por oferecerem o serviço de coleta seletiva.
A coleta seletiva é a prática de coletar diferentes tipos de resíduos, conforme a sua constituição ou processo de composição. Uma ferramenta que o poder público municipal deve adotar para que os resíduos não sejam encaminhados para aterros sanitários. E assim, fazer com que todos os resíduos entrem novamente no ciclo de reutilização, facilitando o seu tratamento e diminuindo os impactos causados ao meio ambiente.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/10) determina a coleta seletiva como obrigação dos municípios, que devem estabelecer planos de gestão integrada de resíduos sólidos com metas específicas.
Dados fornecidos em 2021 pela Abrelpe, apontam que as regiões Sul e Sudeste são as que apresentam os maiores percentuais de municípios com iniciativa de coleta seletiva. A região Sul é a que possui o maior percentual de municípios com coleta seletiva, chegando a pouco mais de 91,2% de cobertura.
Na sequência, a região Sudeste aparece com 90,6% dos municípios disponibilizando tais serviços. A região Centro-Oeste é a que apresenta o menor percentual do Brasil, com 49,5% dos municípios contendo serviços de coleta seletiva.
Assim, mais uma vez, fica evidente o quanto o Brasil é um país extenso, que necessita de políticas públicas eficientes nas regiões mais carentes de recursos, como é o caso das regiões Centro-Oeste e Nordeste.
Você faz parte desses índices
Que tal melhorar esses números da reciclagem no Brasil com atitudes do dia a dia?
Sua principal função é evitar o uso indevido e excessivo dos recursos naturais do nosso planeta. Note se os produtos que você consome contém o símbolo da reciclagem nas embalagens.
Uma outra dica valiosa é separar o lixo comum/orgânico do resíduo reciclável. Assim, você garante que os resíduos sejam encaminhados diretamente para a coleta seletiva ou para uma cooperativa de catadores de resíduos recicláveis.
Veja algumas ações simples que você pode tomar:
Tenha lixeiras em casa para separar o lixo comum do reciclável.
Você não precisa gastar com isso, inclusive pode utilizar da reciclagem para tornar a separação um hábito.
Sempre higienize as embalagens antes de descartá-las para a coleta.
Procure usar água de reuso ou guardanapos usados no procedimento.
Não misture os sacos plásticos para recicláveis com os para lixo orgânico e fique sempre atento aos dias e horários que o caminhão da coleta seletiva passa.
Lembre-se: cuidar do meio ambiente é, sem dúvida, uma responsabilidade compartilhada. Portanto, tenha sempre em mente que, para construir um futuro melhor, é necessário praticar um presente melhor. Pequenas atitudes na sua rotina podem causar grandes impactos para o mundo.
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